REFLEXÃO


E agora profess@r, o que eu faço? 

Entrei em muitos lugares neste semestre 
Observei todos como a ciência me ensinou 
Observei, mas talvez não tenha percebido 
Usei o método, mas não ousei os sentidos 
Fui olhar com olhos treinados... 
Como o cão de Pavlow 


Poderia estar vendo e dando visibilidade 
Poderia estar invisibilizando e inviabilizando 
Poderia ter visto o que eu não queria ver 
Poderia ter visto o que queriam que eu visse 
Certamente não vi o que estava invisível em 
mim 
Certamente não dei visibilidade ao que não 
enxergo 
Visitei espaços para ver o que eu queria ver ou 
visitei espaços para ver o que querem que eu 
veja? 


Esqueci de ver o que eu realmente vejo 
Esqueci que sou único 
Percebi que muitas vezes enxergo pelos olhos 
de outros 
Não que eu os veja, mas apenas os sigo 
Como sujeito sujeitado 
Treinado para ser invisível... 
Para invisibilizar 
Então, ordeno que me ordenem! 
Direi que é meu o desejo 
Que não é medo de ousar 
Que não é medo de esquecer 
Que não é medo de ser o que sou 
Talvez eu ache que ser eu, 
Seja ser o que os outros querem que eu seja 
Não falo mais o quê vejo, me adapto 
Não vejo mais o quero, me adapto 
Escuto o que quero, me adapto 
Respiro um sujeito, sujeito 


Se educo o que estou (ou o que sou) 
Devo estar sempre bem, 
Mas nem sempre bem estou, 
Então não educo tão bem, 
Se não educo tão bem assim, 


Talvez não deva querer educar ninguém 
Devo apenas sentir-me bem, 
Pois educar talvez seja ser alguém 
Alguém com quem se possa contar 
Alguém que consegue ser ele mesmo 
Com qualidades e defeitos 
Sem saber mais que ninguém 

Agora sei que não ensino 
Que não aprendo 
Mas que compartilho 
Agrego, ajudo, sou ajudado 
Que falo de um lugar no mundo 
Tão válido quanto outro qualquer 
Que meu papel é ser eu mesmo 
Sem um rótulo que me preceda 
A não ser, ser, estar, respeitar, amar 

Achei que ser autônomo 
Era o poder de ser eu mesmo 
Mas ser não é poder, 
Pois ser é equilíbrio 
Não ser bom nem ruim 
Não fazer o bem nem o mal 
Não ser professor nem aluno 
E ser todos eles 
Em respeito a todos nós 

Autonomia é ser 
É se conhecer e se aceitar 
É aceitar o outro 
E autonomizá-lo, não é ensiná-lo 
É permitir que ele seja ele mesmo 
Pois ser você mesmo 
É se descobrir 
É se sentir coletivo e individual 
É poder de não ter poder 
É saber ser parte de algo 
Como peça que se encaixa e completa 
Vital para o todo, mas peça 
Educativa, Cidadã, Encantadora, Vital 
(Adendo do Profº. Paulo Albuquerque, Seminário I)

Gelson Paz Jr. Jun-2008 

Nenhum comentário:

Postar um comentário